Em um cenário econômico cada vez mais desafiador, encontrar formas de reduzir custos e fazer sobrar um dinheiro extra no fim do mês tornou-se uma prioridade para milhões de brasileiros. Nesse contexto, o cashback surge como uma ferramenta inteligente para recuperar parte do dinheiro gasto em compras do dia a dia, gerando um impacto positivo no orçamento familiar.
O conceito de cashback consiste em um programa de recompensa em que o consumidor recebe de volta uma porcentagem do valor pago em uma compra. Essa devolução pode ocorrer na forma de dinheiro creditado, pontos ou descontos em compras futuras. Originalmente popularizado por cartões de crédito, o mecanismo se expandiu para diversos setores, ganhando espaço em aplicativos, plataformas de e-commerce e programas de fidelidade.
Funciona como um incentivo à fidelização: o interessado realiza uma aquisição em estabelecimentos ou serviços parceiros e, posteriormente, parte do valor retorna ao seu saldo ou é abatido de faturas. A simplicidade dessa dinâmica faz do cashback um recurso atraente tanto para consumidores quanto para fornecedores que desejam aumentar a retenção de clientes.
Em termos práticos, o mecanismo é bastante direto. Após a confirmação da compra em um canal participante, o sistema identifica o valor da transação e calcula automaticamente o percentual definido para aquele tipo de gasto. Em seguida, o crédito é disponibilizado ao usuário, conforme as regras de cada plataforma.
Os percentuais de devolução variam de acordo com a estratégia comercial de cada empresa. Geralmente, flutuam entre 0,5% e 5% do valor gasto, mas campanhas promocionais podem elevar esses índices a até 10% em setores específicos, como delivery de alimentos ou postos de combustível.
Além da redução imediata dos custos mensais, o cashback oferece outras vantagens que se estendem ao planejamento financeiro de médio e longo prazo.
Por exemplo, uma família que gasta R$ 2.000 mensais em despesas rotineiras e adota um cartão com 2% de cashback acumula R$ 40 ao final de cada mês. Em um ano, esse valor salta para R$ 480, o que equivale a uma boa parcela de uma conta de luz ou de um gás de cozinha.
No Brasil, o tema ganhou dimensões ainda mais relevantes com as recentes mudanças na legislação tributária. A reforma implementada em 2025 incluiu dispositivos que permitem a restituição de parte dos tributos incidentes sobre bens e serviços, beneficiando especialmente as famílias em situação de maior vulnerabilidade.
De acordo com a nova lei complementar, inscritos no CadÚnico terão direito à devolução de 100% da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), pelo menos 20% do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em itens essenciais como água, gás, energia elétrica, telefone, internet e esgoto, além de um ressarcimento mínimo de 20% para outras aquisições, com possibilidade de alíquotas maiores definidas por estados e municípios.
Para ilustrar o impacto, considere um pacote de arroz de R$ 25, cuja alíquota de imposto é de 25%. Nesse caso, R$ 6,25 retornam ao consumidor, aliviando o orçamento de quem vive exclusivamente com um salário mínimo.
Com a democratização do cashback, surgiram várias modalidades que atendem a perfis e necessidades distintas. Conhecer cada uma delas é crucial para maximizar o retorno.
Vale destacar que nem sempre é possível combinar programas de diferentes operadores, pois as regras de acúmulo e resgate variam de acordo com cada regulamento.
Embora o cashback seja uma ferramenta poderosa, é fundamental adotar uma postura responsável para evitar armadilhas:
Primeiro, verifique se há limite de acúmulo ou prazo de uso do crédito concedido. Alguns sistemas exigem que o valor seja resgatado em até 30 ou 90 dias, sob pena de expiração do benefício.
Em segundo lugar, analise as condições de resgate: entender se há taxa de transferência bancária ou valor mínimo para solicitação de pagamento pode fazer diferença no resultado final.
Por fim, evite fazer compras desnecessárias apenas para obter cashback, pois isso pode gerar dívidas e comprometer a economia planejada.
Para potencializar os benefícios do cashback e garantir ajuste fiscal para famílias de baixa renda e demais perfis consumidores, observe as seguintes orientações:
Ao aplicar essas estratégias, o consumidor potencializa seu poder de compra e cria um mecanismo sustentável de economia, transformando gastos rotineiros em oportunidades de poupança. Em resumo, o cashback representa uma mudança de paradigma no modo como encaramos nossos gastos: em vez de apenas consumir, podemos transformar despesas em recursos reutilizáveis que impactam positivamente nosso bem-estar financeiro. Com informação, planejamento e disciplina, qualquer pessoa pode aproveitar esse recurso para construir um futuro mais estável e tranquilo.
Referências