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Fundos de infraestrutura ganham destaque em grandes carteiras

Fundos de infraestrutura ganham destaque em grandes carteiras

27/05/2025 - 11:37
Bruno Anderson
Fundos de infraestrutura ganham destaque em grandes carteiras

Em um cenário em que a demanda por investimentos de longo prazo só cresce, os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) conquistam cada vez mais espaço nos portfólios de grandes investidores institucionais. Neste artigo, exploramos os principais fatores que têm impulsionado essa tendência, analisamos os resultados recentes e apresentamos caminhos práticos para quem deseja aproveitar esse movimento.

Cenário Atual e Tendências em 2025

O mercado de infraestrutura brasileiro vive um momento de contradições. Por um lado, a economia vem superando expectativas, com sinais de recuperação e reformas estruturais em pauta. Por outro, enfrenta o desafio de altos custos de capital causados pelas políticas monetárias restritivas. Ainda assim, os FI-Infra se mantêm como uma alternativa robusta e resiliente, tendo apresentado um desafiador, mas promissor em 2025.

Em 2024, o setor bateu um recorde de emissões de debêntures incentivadas: R$ 138 bilhões captados. No mercado secundário, as negociações somaram R$ 254 bilhões no mesmo período, refletindo o apetite crescente de gestores e fundos de pensão. Embora o custo da dívida esteja elevado, a possibilidade de investir com nível de desconto em relação à cota patrimonial continua atraindo aportes significativos.

Indicadores de Desempenho

Entre janeiro de 2024 e maio de 2025, apenas três fundos de infraestrutura conseguiram superar o CDI de 14,96%: AZIN11, CDII11 e SNID11. Esses resultados reforçam a importância de uma análise criteriosa e da seleção de gestores com histórico comprovado.

  • AZIN11: retorno de 20,32% no período
  • CDII11: retorno de 18,89% no período
  • SNID11: retorno de 15,63% no período

*Período jan/2024 a mai/2025, CDI 14,96%

Historicamente, fundos como CPTI11, XPIE11 e JURO11 já demonstraram capacidade de entregar rentabilidades superiores ao CDI em 2022, com ganhos entre 14,1% e 15% naquele ano. Esse desempenho reforça a confiança de gestores em ambientes voláteis.

Principais Fundos e Estratégias

Para entender a ascensão dos FI-Infra, é fundamental conhecer as estratégias adotadas pelos gestores mais bem-sucedidos. Alguns fundos se destacam pelo foco em debêntures incentivadas, enquanto outros diversificam entre setores essenciais para a economia.

  • AZ QUEST Infra-Yield II FIP-IE (AZIN11): debêntures institucionais atreladas ao CDI via hedge, renda mensal.
  • BRZ Infra Portos FIP-IE (BRZP11): participação em portos com previsibilidade de receitas.
  • BTG Pactual Infraestrutura Dividendos (BDIV11): energia e transmissão, foco em dividendos estáveis.
  • BTG Pactual Dívida Infra (BDIF11): retorno acima do Tesouro IPCA+.
  • Sparta Infra CDI (CDII11): debêntures incentivadas multi-setoriais, alvo CDI + 2%.
  • Capitânia Infra (CPTI11): gestão ativa para ganhos de capital.

Cada veículo adota uma combinação distinta de critérios de seleção de projetos, níveis de alavancagem e prazos de vencimento, variando seu perfil de risco e potencial de retorno. Essa diversificação de estratégias permite ao investidor ajustar sua exposição de acordo com objetivos e horizonte de investimento.

Benefícios Fiscais e Fluxo de Rendimentos

Um dos grandes atrativos dos FI-Infra é a isenção do imposto de renda sobre rendimentos e ganho de capital, desde que cumpridos os requisitos legais. Esse benefício gera um diferencial competitivo em relação a outros produtos de renda fixa e multimercado.

  • Pagamentos mensais de rendimentos, favorecendo estratégias de caixa.
  • Exposição a setores estratégicos como energia, transporte e saneamento.
  • Diversificação em setores resilientes e de longo prazo.
  • Proteção parcial contra a inflação por meio de IPCA+ ou CDI.

Para grandes carteiras, esses atributos se traduzem em maior previsibilidade de fluxo e otimização tributária, sendo especialmente valorizados por fundos de pensão e instituições financeiras.

Desafios e Perspectivas

Apesar das oportunidades, o mercado de FI-Infra não está isento de riscos. O ambiente de juros elevados pressiona custos de captação e pode gerar volatilidade nos preços das cotas. Além disso, a qualidade dos projetos e a capacidade de execução das gestoras são determinantes para o sucesso dos investimentos.

Olhando para o futuro, a expectativa é de que as reformas estruturais e o avanço de projetos de infraestrutura no Brasil continuem atraindo capitais. Para isso, investidores devem manter uma análise rigorosa, priorizando fundos com histórico consistente, governança sólida e portfólios bem diversificados. Com isso, é possível aproveitar o momento para construir carteiras mais robustas e alinhadas com o desenvolvimento nacional.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson, 30 anos, é redator no noticabos.org, especializado em finanças pessoais e crédito.