Em um cenário em que a demanda por investimentos de longo prazo só cresce, os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) conquistam cada vez mais espaço nos portfólios de grandes investidores institucionais. Neste artigo, exploramos os principais fatores que têm impulsionado essa tendência, analisamos os resultados recentes e apresentamos caminhos práticos para quem deseja aproveitar esse movimento.
O mercado de infraestrutura brasileiro vive um momento de contradições. Por um lado, a economia vem superando expectativas, com sinais de recuperação e reformas estruturais em pauta. Por outro, enfrenta o desafio de altos custos de capital causados pelas políticas monetárias restritivas. Ainda assim, os FI-Infra se mantêm como uma alternativa robusta e resiliente, tendo apresentado um desafiador, mas promissor em 2025.
Em 2024, o setor bateu um recorde de emissões de debêntures incentivadas: R$ 138 bilhões captados. No mercado secundário, as negociações somaram R$ 254 bilhões no mesmo período, refletindo o apetite crescente de gestores e fundos de pensão. Embora o custo da dívida esteja elevado, a possibilidade de investir com nível de desconto em relação à cota patrimonial continua atraindo aportes significativos.
Entre janeiro de 2024 e maio de 2025, apenas três fundos de infraestrutura conseguiram superar o CDI de 14,96%: AZIN11, CDII11 e SNID11. Esses resultados reforçam a importância de uma análise criteriosa e da seleção de gestores com histórico comprovado.
*Período jan/2024 a mai/2025, CDI 14,96%
Historicamente, fundos como CPTI11, XPIE11 e JURO11 já demonstraram capacidade de entregar rentabilidades superiores ao CDI em 2022, com ganhos entre 14,1% e 15% naquele ano. Esse desempenho reforça a confiança de gestores em ambientes voláteis.
Para entender a ascensão dos FI-Infra, é fundamental conhecer as estratégias adotadas pelos gestores mais bem-sucedidos. Alguns fundos se destacam pelo foco em debêntures incentivadas, enquanto outros diversificam entre setores essenciais para a economia.
Cada veículo adota uma combinação distinta de critérios de seleção de projetos, níveis de alavancagem e prazos de vencimento, variando seu perfil de risco e potencial de retorno. Essa diversificação de estratégias permite ao investidor ajustar sua exposição de acordo com objetivos e horizonte de investimento.
Um dos grandes atrativos dos FI-Infra é a isenção do imposto de renda sobre rendimentos e ganho de capital, desde que cumpridos os requisitos legais. Esse benefício gera um diferencial competitivo em relação a outros produtos de renda fixa e multimercado.
Para grandes carteiras, esses atributos se traduzem em maior previsibilidade de fluxo e otimização tributária, sendo especialmente valorizados por fundos de pensão e instituições financeiras.
Apesar das oportunidades, o mercado de FI-Infra não está isento de riscos. O ambiente de juros elevados pressiona custos de captação e pode gerar volatilidade nos preços das cotas. Além disso, a qualidade dos projetos e a capacidade de execução das gestoras são determinantes para o sucesso dos investimentos.
Olhando para o futuro, a expectativa é de que as reformas estruturais e o avanço de projetos de infraestrutura no Brasil continuem atraindo capitais. Para isso, investidores devem manter uma análise rigorosa, priorizando fundos com histórico consistente, governança sólida e portfólios bem diversificados. Com isso, é possível aproveitar o momento para construir carteiras mais robustas e alinhadas com o desenvolvimento nacional.
Referências