O crescimento global das energias renováveis tem atraído olhares atentos de investidores internacionais, e o Brasil se posiciona como protagonista nesse cenário. Com uma combinação única de recursos naturais, políticas de incentivo e robustez do mercado, o país tem registrado recordes em volume de transações, fusões e aquisições.
Até mesmo em cenários de instabilidade econômica, negócios ligados a projetos de energia limpa demonstram resiliência e oferecem valores atrativos para investidores. Neste artigo, exploramos os principais números, fontes de crescimento, tendências, desafios e impactos socioeconômicos que reforçam o papel do Brasil como um destino promissor para capitais estrangeiros.
Em 2025, o setor de energias renováveis responde por cerca de 40% do mercado de M&A no Brasil, movimentando aproximadamente R$ 120 bilhões em negócios. Esse volume faz do segmento o principal motor de fusões e aquisições no país, superando diversos setores tradicionais em apelo junto a fundos de private equity e investidores estratégicos.
Em 2024, o número de operações no setor solar cresceu 76%, totalizando 51 transações envolvendo usinas com pelo menos 3,6 GWp de capacidade – quase o triplo do volume do ano anterior. Mesmo diante de incertezas macroeconômicas, projetos com claras oportunidades de crescimento mantêm seus valores e atraem grandes players nacionais e internacionais.
O mercado brasileiro de energia renovável alcançou 204,36 GW em 2024, graças à forte participação das fontes solar e eólica. A previsão de crescimento a uma taxa anual composta (CAGR) de 7,59% projeta 294,66 GW até 2029, consolidando a expansão acelerada da matriz elétrica.
No segmento eólico, 12% da matriz elétrica brasileira já provém dessa fonte, com 812 parques e 9.294 aerogeradores em operação, totalizando 24,16 GW de capacidade instalada em 2022 – o suficiente para abastecer 28,8 milhões de residências por mês.
O País também avança no offshore: 71 inscrições foram registradas para empreendimentos eólicos marítimos, com destaques como o projeto Ocean Wind (6,5 GW) e a TotalEnergies, que planeja 9 GW em águas brasileiras.
O Brasil desponta como protagonista global, atraindo investimentos tanto para a geração distribuída quanto para megaprojetos de grande porte. A combinação de transição acelerada para economia de baixo carbono e incentivos governamentais criam um ambiente fértil para inovação, novas tecnologias e parcerias estratégicas.
Apesar do cenário promissor, persistem desafios que exigem atenção de investidores e formuladores de políticas. A necessidade de previsibilidade regulatória e segurança jurídica é apontada como fator-chave para a viabilização de projetos de larga escala. Leilões de energia, contratos no mercado livre e linhas de financiamento verdes são instrumentos fundamentais, mas demandam aprimoramento contínuo.
Além disso, a expansão da infraestrutura de transmissão e distribuição deve acompanhar o crescimento da geração. Investimentos em redes inteligentes, armazenamento e modernização dos sistemas energéticos são imperativos para evitar gargalos e garantir a estabilidade do sistema.
A ampliação da participação das energias solar e eólica na matriz elétrica promove geração de empregos, desenvolvimento de fornecedores locais e fortalecimento da economia sustentável. A cadeia de valor renovável atrai profissionais especializados e estimula a capacitação técnica em universidades e centros de pesquisa.
Caso empresas como a TotalEnergies integrem projetos de hidrogênio verde e biocombustíveis, o Brasil poderá emergir não apenas como fornecedor de energia limpa, mas também de soluções de baixo carbono para diversos setores industriais.
Em comparação a outros mercados emergentes, o País sustenta vantagem competitiva em razão da escala de recursos naturais, da maturidade de seus leilões e da diversidade de fontes renováveis. A médio e longo prazo, espera-se que a participação brasileira em cadeias globais de valor cresça, consolidando o País como referência.
Para manter essa trajetória de sucesso, será indispensável fortalecer a governança, aprimorar políticas de incentivo e investir em pesquisa e tecnologia. Somente assim o Brasil continuará a atrair investimentos, fomentar a inovação e construir um futuro energético sustentável para as próximas gerações.
Referências