Em 2024, o agronegócio brasileiro alcançou US$ 137,7 bilhões em exportações, ultrapassando os Estados Unidos em US$ 14,4 bilhões e consolidando-se como maior exportador mundial deste segmento. No primeiro trimestre de 2025, o setor alcançou crescimento de 2,1% no trimestre com faturamento de US$ 37,8 bilhões, registrando números recordes mesmo diante de desafios externos.
Desde o início do século XXI, o Brasil vem gradualmente ampliando sua participação no mercado global de commodities agrícolas. A combinação de investimentos em tecnologia, expansão de áreas produtivas e acordos comerciais estratégicos permitiu o avanço sustentável do agronegócio nacional.
No período de 2020 a 2024, as exportações do setor cresceram mais de 25%, reflexo de safras recordes e produtividade crescente. A resiliência demonstrada em meio a flutuações cambiais e barreiras tarifárias consolidou a imagem de um país capaz de suprir a demanda global por alimentos e matérias-primas com qualidade e eficiência.
O desempenho de cada produto apresenta nuances que revelam tanto a força do agronegócio quanto as oportunidades de diversificação da pauta exportadora. Veja abaixo os principais valores de exportação em março de 2025:
Esses números refletem a diversificação da pauta e a capacidade de responder às variações de oferta global. Em março de 2025, as commodities agropecuárias representaram 53,6% de todas as exportações brasileiras, reforçando o peso do setor na balança comercial.
O avanço das exportações em 2025 deve-se a uma série de fatores interligados, que incluem desde safras excepcionais até o realinhamento de cadeias globais de abastecimento:
Mesmo com uma ligeira queda de 3,5% no volume embarcado, o aumento dos preços médios em dólar compensou e resultou em elevação do faturamento total. A sensibilidade a fatores climáticos e geopolíticos mantém o agronegócio em constante adaptação.
A disputa comercial entre Estados Unidos e China transferiu parte do fluxo de importações para o Brasil, beneficiando sobretudo soja e carnes. Além disso, acordos regionais e negociações bilaterais com países do Oriente Médio e Sudeste Asiático ampliaram a rede de compradores.
A capacidade de atuação em múltiplos mercados demonstra razoável resiliência frente a tarifas e reforça a estratégia de diversificação. Enquanto a China se mantém como principal destino, há avanços em aproximações com nações africanas e europeias, ampliando o leque de oportunidades.
O uso de inteligência artificial, drones e sistemas de monitoramento climático tem sido crucial para otimizar safras e reduzir desperdícios. A adoção de práticas sustentáveis, como plantio direto e controle biológico de pragas, reforça o compromisso ambiental do setor.
No entanto, desafios estruturais persistem. A logística ainda sofre com infraestrutura insuficiente, gargalos em portos e estradas, e custos elevados de transporte. Investimentos em ferrovias, rodovias e terminais continuam sendo prioridade para manter a competitividade internacional.
As projeções indicam que o agronegócio brasileiro seguirá em ascensão, impulsionado por tendências globais de alimentação saudável e demanda crescente por proteínas. Novos mercados, como Índia e países da África Subsaariana, mostram-se promissores.
Além disso, a digitalização da cadeia de suprimentos promete maior transparência e segurança, proporcionando rastreabilidade desde a fazenda até o consumidor final.
O agronegócio brasileiro em 2025 demonstra não apenas resultados expressivos, mas também capacidade de inovação e adaptação. A combinação de safras recordes, mercados diversificados e tecnologias avançadas pavimenta o caminho para um futuro ainda mais sólido.
Para manter e ampliar esse protagonismo, será fundamental priorizar investimentos em infraestrutura, incentivar a sustentabilidade e fortalecer parcerias globais. Com esforços coordenados, o Brasil continuará a alimentar o mundo e a gerar prosperidade para sua população.
Referências