O ecossistema de healthtechs no Brasil vive um momento sem precedentes.
Em 2024, o setor movimentou R$ 799 milhões em investimentos, segundo o relatório HealthTech Recap 2024. Para 2025, a previsão otimista indica que esse valor poderá alcançar quase R$ 1 bilhão, consolidando o país como líder na América Latina.
Com 602 startups ativas, o Brasil representa 64,8% do total de healthtechs na região, destacando-se em inovação e serviços. O crescimento de 38% no número de empresas que receberam aportes confirma o apetite dos investidores por soluções sólidas e escaláveis.
São Paulo brilha como epicentro da inovação, abrigando 49% das startups de saúde nacionais. A conexão entre centros de pesquisa, hospitais e aceleradoras gera um ambiente fértil para o desenvolvimento de tecnologias médicas e digitais.
As rodadas de investimento refletem a maturidade e a confiança do mercado. Entre as maiores, destacam-se:
Além dessas, casos como Tivita e Selvia mostram que a inovação se estende a diferentes nichos, de automatização administrativa a apoio a médicos recém-formados.
O apoio do setor público é determinante. BNDES, Finep e Fundação Butantan criaram um Fundo de Investimento em Participação (FIP) com pelo menos R$ 200 milhões destinados a healthtechs.
O objetivo é fortalecer pequenas e médias empresas e garantir segurança à cadeia de suprimentos do SUS, além de estimular pesquisas inovadoras.
Embora o volume de aportes aumente, o número de acordos caiu de 71 para 56 em 2024, evidenciando a preferência por empresas com histórico de tração comprovado. A busca pela rentabilidade, em vez do crescimento acelerado, muda o perfil das rodadas futuras.
Destaca-se também o desafio da adoção de inteligência artificial. Apesar do potencial de avanço em diagnóstico e gestão de dados, muitas instituições de saúde ainda operam de forma tradicional, limitando a velocidade de implementação.
Para o próximo ano, espera-se:
- Superar a marca de R$ 1 bilhão em investimentos.
- Preparação de grandes healthtechs para IPOs e desinvestimentos estratégicos.
- Maior foco em tecnologias de IA e analytics para saúde.
Essas tendências apontam para um setor que, além de crescer em volume, deve se consolidar em qualidade, sustentabilidade financeira e impacto social.
O ecossistema brasileiro de healthtechs mostra-se robusto e resiliente. Com aportes recordes e apoio público, as startups de saúde estão prontas para transformar o setor, tornando-o mais eficiente, acessível e centrado no paciente.
Enquanto os desafios de rentabilidade e digitalização persistem, as perspectivas são otimistas. Ao combinar inovação tecnológica de impacto social com estratégias sustentáveis, as healthtechs brasileiras pavimentam um novo capítulo para a saúde na América Latina.
Referências