No agronegócio brasileiro, a volatilidade econômica e as oscilações cambiais exigem soluções robustas para manter a produtividade. Em 2025, os defensivos agrícolas se consolidam como peças-chave na agenda dos produtores, buscando equilíbrio entre custos elevados e produtividade essencial.
Os chamados "setores defensivos" englobam produtos e serviços que mantêm o funcionamento básico de uma cadeia produtiva mesmo em momentos adversos. No agronegócio, isso inclui fertilizantes, máquinas, serviços de suporte e, principalmente, os defensivos agrícolas. Sua característica central é a resiliência histórica em tempos de crise: mesmo quando o fluxo de caixa aperta, a demanda por itens essenciais se mantém alta.
Em períodos de incerteza, produtores priorizam insumos capazes de proteger a lavoura contra pragas e doenças, garantindo colheitas seguras e rendimentos moderados, mas consistentes. Esse comportamento reforça o valor desses setores dentro de um cenário que mistura risco e oportunidade.
Após anos de expansão acelerada, o mercado de defensivos no Brasil observa em 2025 um crescimento mais modesto em 2025. As projeções para a safra 2024/25 indicam avanço de 3% (Croplife) a 6% (Sindiveg) em área tratada, atingindo cerca de 2 bilhões de hectares no total.
As principais culturas distribuídas em área tratada em 2024/25:
Entre janeiro e março de 2025, a área tratada passou de 816 para 831 milhões de hectares, um avanço de 1,8% ano a ano.
O volume de defensivos (herbicidas, inseticidas, fungicidas) cresceu 3,4% no primeiro trimestre de 2025, refletindo uso intensificado em lavouras de milho (36%), soja (35%) e algodão (13%). No entanto, o faturamento recuou 11,1%, totalizando US$ 6,6 bilhões, devido a ajustes de preço e aumento dos custos de matéria-prima.
Entre os fatores que pressionam o setor, destacam-se a alta do dólar, o encarecimento de insumos petroquímicos e a concorrência acirrada. Para muitos, o desafio principal é equilibrar produtividade e orçamento sem comprometer a proteção das culturas.
Diante da pressão por alternativas mais sustentáveis, o segmento de bioinsumos projeta crescimento de bioinsumos acima de 10% em 2025, com 155 milhões de hectares tratados. Esses produtos biológicos oferecem ação específica e menor impacto ambiental, conquistando espaço em plantações de soja, milho e algodão.
Embora enfrentem desafios no custo de produção e na curva de adoção pelo produtor, os bioinsumos representam uma inovação tecnológica essencial para o futuro do agronegócio, alinhando rentabilidade e sustentabilidade em longo prazo.
Em um cenário de margens ajustadas, a busca por melhor custo-benefício entre insumos tornou-se prioridade. Produtores combinam defensivos convencionais e biológicos, avaliam preços de mercado diariamente e negociam lotes com distribuidores para diluir custos.
Ainda que o ritmo de expansão seja moderado, a perspectiva de crescimento conservador de 2% a 3% ao longo de 2025 indica estabilidade para o setor. A retomada dos preços de commodities, especialmente do milho, pode gerar aportes pontuais em defensivos.
Por outro lado, as oscilações cambiais e o aperto fiscal global impõem prudência. A adoção gradual de novas tecnologias e o fortalecimento de bioinsumos devem equilibrar riscos e abrir caminhos para modelos mais sustentáveis e lucrativos.
Em suma, os setores defensivos seguem essenciais para a manutenção da produtividade no Brasil. A combinação de inovação, gestão de custos e práticas sustentáveis define o futuro de uma cadeia produtiva que não pode abrir mão da proteção de suas lavouras.
Referências