O mercado de seguros brasileiro vive uma fase de transformações profundas e resultados sólidos. Em 2024, o setor registrou um crescimento expressivo em 2024, impulsionado por inovações tecnológicas e mudanças no comportamento do consumidor.
As receitas alcançaram R$ 435,56 bilhões, representando um avanço de 12,2% em relação ao ano anterior, com crescimento real de 7,6%, descontada a inflação. Esse cenário reflete fatores macroeconômicos, como a redução da taxa básica de juros, a leve retomada do PIB e o fortalecimento das fintechs especializadas em seguros.
Para contextualizar esse desempenho, é importante observar as estatísticas que mostram a resiliência e o potencial de expansão do setor.
O volume de indenizações, resgates e benefícios pagos em 2024 atingiu R$ 241,42 bilhões, um aumento de 6,8% sobre 2023. Cada segmento contribuiu de forma distinta:
Seguros de automóveis, patrimoniais, de vida e responsabilidade civil tiveram papel fundamental. A retomada da mobilidade urbana e o aumento de novos veículos em circulação contribuíram para o crescimento nos ramos de autos.
Já nos seguros de pessoas, a demanda por planos de vida e saúde apresentou alta, reflexo de uma população mais consciente sobre a necessidade de proteção financeira e assistência médica.
No centro da estratégia das seguradoras está a personalização de apólices sob medida, capaz de atender a perfis variados de consumidores e empresas.
Modelos tradicionais, baseados em pacotes predefinidos, dão lugar a soluções modulares. Usuários escolhem coberturas específicas, ajustam limites e definem franquias conforme sua realidade financeira e hábitos de vida.
Para as empresas, esse modelo cria um ambiente mais competitivo e flexível. Consumidores buscam coberturas sob medida, evitando o pagamento por proteções desnecessárias e obtendo ofertas mais alinhadas às suas necessidades.
Algumas seguradoras lançaram portais self-service, onde o cliente personaliza seu produto em minutos, visualiza preços em tempo real e contrata online com total transparência.
Sem tecnologia, a personalização em larga escala seria inviável. A adoção de inteligência artificial, machine learning e big data impulsiona a criação de apólices dinâmicas.
Por meio de aplicativos móveis, o segurado recebe relatórios de comportamento e dicas para reduzir riscos, gerando um ciclo virtuoso de prevenção e economia.
Ferramentas de automação ainda otimizam a análise de sinistros, reduzindo fraudes e acelerando a liquidação de pagamentos.
Entre as novidades que ganham destaque, o pay-per-use se consolida em seguros de automóvel, onde o valor do prêmio é calculado com base na quilometragem percorrida e no estilo de direção.
No modelo pagamento conforme uso real, sensores no veículo monitoram dados em tempo real, permitindo tarifas mais justas e alinhadas ao comportamento do motorista.
Outra tendência são os seguros paramétricos, que pagam automaticamente ao atingir indicadores pré-estabelecidos, como volume de chuva ou intensidade de vento. Esses produtos representam agilidade e previsibilidade em momentos críticos.
Em cobertura agrícola, por exemplo, índices obtidos via satélite acionam compensações imediatas para produtores afetados por seca ou geadas.
A customização de apólices beneficia todos os elos da cadeia de valor:
Essas vantagens fortalecem o relacionamento entre seguradoras, corretores e clientes, criando um ecossistema mais sustentável.
Corretores tradicionais se reinventam para acompanhar essa nova realidade digital. Eles passam a atuar como consultores, oferecendo análises detalhadas de risco e orientações estratégicas.
Corretores como consultores estratégicos preparam relatórios personalizados, simulam cenários e auxiliam na escolha de coberturas mais eficazes.
Investir em capacitação e certificações especializadas é fundamental para que esses profissionais agreguem valor e reforcem a confiança do cliente.
O futuro reserva oportunidades, mas também exige atenção a desafios regulatórios e éticos. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõe regras rígidas para coleta e uso de informações pessoais.
Garantir a adaptação a riscos climáticos e cibernéticos demanda desenvolvimento de produtos robustos e processos de subscrição mais sofisticados.
Além disso, é preciso manter a transparência na comunicação, reforçando a confiança em um ambiente digital cada vez mais complexo.
No âmbito global, o setor de seguros projeta crescimento de 3,2% até 2025 no volume de prêmios. Mercados como Europa, Ásia e América do Norte seguem a tendência de personalização e uso intensivo de tecnologia.
Crescimento global de prêmios confirma que a inovação em seguros transcende fronteiras, incentivando parcerias internacionais e intercâmbio de boas práticas.
Em um mercado tão dinâmico, a personalização de produtos se destaca como estratégia indispensável para manter a competitividade e atender às necessidades de um público cada vez mais exigente.
Para as seguradoras, o desafio é equilibrar inovação, eficiência operacional e compliance regulatório. Para os clientes, a garantia de uma proteção feita sob medida traz mais segurança e valor percebido.
O futuro dos seguros passa por uma jornada colaborativa, onde tecnologia, dados e expertise humana se unem para oferecer soluções inovadoras e sustentáveis.
Referências