As fusões e aquisições (M&A) vêm se consolidando como força motriz na evolução do setor industrial brasileiro. A busca por eficiência, inovação e expansão de portfólio impulsiona empresas de todos os portes a repensar suas estratégias.
Em um cenário global de rápidas transformações, as operações de M&A oferecem caminhos para acesso a novos mercados, tecnologias e competências. No Brasil, o mercado de M&A cresce de forma consistente, superando expectativas tradicionais.
Até abril de 2025, o setor brasileiro movimentou R$ 56,5 bilhões até abril de 2025, com 537 transações concluídas. Esse desempenho reflete uma retomada de confiança empresarial após oscilações na economia global.
O segundo trimestre de 2024 apresentou um crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2023, totalizando 365 transações. No conjunto de 2024, foram registradas 776 operações no primeiro semestre, um aumento de 5,3% sobre 2023.
Dados da KPMG apontam que 426 negócios foram formalizados no segundo trimestre de 2024, o maior volume em dois anos. Comparativamente, o período 2020–2022 manteve médias anuais de 222 transações e cerca de R$ 245 bilhões movimentados.
As operações domésticas representam 60% do total, enquanto 28% contam com capital estrangeiro, beneficiado pela desvalorização do real estimulou interesse internacional.
Cada ramo industrial apresenta perfis distintos de atração de investimentos. Entre janeiro e abril de 2025, alguns segmentos se sobressaíram:
Embora o segmento de Internet, Software & IT Services lidere em quantidade de negócios, o setor de energia e utilities domina em valor financeiro, com R$ 64 bilhões, correspondendo a mais de um terço do total de 2024.
As empresas adotam M&A não apenas para aumentar participação de mercado, mas também para:
Startups e PMEs, por sua vez, veem nas fusões um caminho para ganhar escala e garantir sustentabilidade financeira.
O sucesso de uma operação de M&A depende de fatores além do preço pago. Entre os principais desafios estão:
Fusões e aquisições reconfiguram a dinâmica de setores industriais. Com a consolidação de players, observa-se:
Contudo, a concentração excessiva pode gerar barreiras à entrada de novos concorrentes e exigir maior atenção das autoridades regulatórias.
Dentre as operações mais emblemáticas, destacam-se:
Esses cases demonstram a importância de planejamento estratégico rigoroso, alinhamento de culturas e avaliação criteriosa de sinergias.
Para os próximos anos, o mercado brasileiro de M&A tende a um amadurecimento ainda maior, com operações mais estruturadas e foco em planejamento estratégico de médio e longo prazo.
Setores como saúde e real estate devem ganhar protagonismo, diversificando o leque de oportunidades para investidores nacionais e internacionais.
Apesar do crescimento recente, o ritmo de transações pode desacelerar no segundo semestre de 2024, mantendo níveis abaixo dos picos observados entre 2020 e 2022.
Em síntese, empresas que adotarem uma abordagem seletiva e alinhada a seus objetivos terão maior probabilidade de sucesso, promovendo verdadeira transformação industrial no Brasil.
Referências