Em poucos anos, as fintechs transformaram o jeito como brasileiros de todas as classes sociais interagem com dinheiro e investimentos. Hoje, é possível abrir uma conta em minutos, solicitar crédito sem sair de casa e investir valores pequenos com a qualidade de uma grande corretora.
Antes do surgimento das fintechs, aproximadamente um terço da população no Brasil vivia em uma exclusão financeira milionária brasileira. Sem conta bancária, sem histórico de crédito, essas pessoas mal podiam movimentar seus próprios recursos com segurança.
Além disso, pequenas e médias empresas sofriam para obter capital de giro. Diante de processos burocráticos e juros que chegavam a duas vezes mais que o praticado em países desenvolvidos, muitos negócios sequer chegavam a decolar.
Aquele cenário era marcado por longas filas em agências, análise de crédito baseada em critérios rígidos e a análise de crédito alternativa era quase impensável: conta de luz, aluguel ou comportamento em redes sociais não eram considerados.
As fintechs combinam tecnologia de ponta com produtos financeiros, criando serviços financeiros desburocratizados e acessíveis. Ao digitalizar processos, elas reduzem custos e agilizam as operações, beneficiando o usuário final.
Em vez de exigir documentos físicos e comprovações infinitas, usam algoritmos que cruzam diversos bancos de dados em segundos. Isso permite abertura de contas, concessão de crédito e até investimentos em poucos minutos, sem burocracia.
Outra inovação crucial é o uso de plataformas whitelabel, que habilitam empresas de todos os tamanhos a oferecer produtos financeiros próprios, sem precisar de infraestrutura bancária tradicional.
Os dados refletem a força das fintechs no Brasil e na América Latina. Em 2021, o setor recebeu US$ 5,7 bilhões em investimentos, um recorde histórico na região. Enquanto isso, o Nubank, fundado em 2013, ultrapassou 100 milhões de clientes em poucos anos.
Com esses números, as fintechs se consolidam como um dos principais motores de inclusão financeira, atraindo capital global e impulsionando a economia local.
A próxima onda de transformação virá com blockchain, 5G e modelos avançados de score de crédito. O blockchain trará ainda mais segurança e transparência às transações, enquanto o 5G permitirá acesso rápido a serviços em regiões remotas.
Sistemas de crédito baseados em IA evoluída poderão considerar padrões de comportamento e referências sociais, criando um ambiente ainda mais inclusivo.
Embora o progresso seja notável, ainda há desafios. A regulação precisa acompanhar o ritmo de inovação para proteger o consumidor sem tolher a criatividade. O debate sobre a Lei 12.865/13 e ajustes na legislação é fundamental para criar um ambiente equilibrado.
Além disso, levar serviços fintech a áreas com infraestrutura limitada continua sendo um desafio, mas a expansão de redes móveis e o desenvolvimento de soluções off-line são caminhos promissores.
O Nubank se destaca pela experiência do usuário e pela capacidade de crescer sem agências físicas. Outro exemplo é a BLOCKBR, plataforma whitelabel que empodera empresas a lançar corretoras digitais próprias, descentralizando o acesso ao mercado de investimentos.
Esses cases mostram que a colaboração entre fintechs, bancos tradicionais e bigtechs potencializa soluções ainda mais robustas e acessíveis.
As fintechs estão no centro de uma revolução que vai muito além de conveniência: tratam-se de agentes de inclusão social e econômica. Elas derrubam barreiras históricas, oferecem oportunidades antes inimagináveis e impulsionam o desenvolvimento do país.
Para empreendedores, consumidores e reguladores, o momento é de se unir em torno de um objetivo comum: promover um sistema financeiro mais justo, ágil e acessível a todos. A democratização do mercado financeiro já é realidade — e seu potencial de transformação só tende a crescer.
Referências