Em 2025, o setor de energia renovável no Brasil celebra um momento histórico de transformação e inovação. A combinação de políticas públicas, avanço tecnológico e maior conscientização socioambiental tem impulsionado a expansão de projetos em todo o território nacional.
As previsões para 2025 apontam para a oferta de 9.950 MW de nova capacidade instalada, um número que se equipara aos recordes de 2023 (10.316 MW) e 2024 (10.792 MW). O primeiro trimestre de 2025 já contabilizou 1.742,28 MW inaugurados, demonstrando um ritmo acelerado de investimentos.
Leilões regulatórios, incentivos fiscais e linhas de crédito específicas têm desempenhado papel fundamental na atração de investidores. Mais de 19 GW adicionados em 2024 reforçam que o Brasil caminha para se tornar uma referência global em geração limpa.
Os recordes consecutivos ilustram não apenas o potencial de investimento, mas também a maturidade de um mercado que aprende a lidar com desafios operacionais e regulatórios.
A centralidade das fontes solar e eólica nas licitações reflete a abundância de recursos naturais. A energia solar fotovoltaica se beneficia da alta incidência solar, enquanto parques eólicos aproveitam ventos constantes em regiões litorâneas e no interior.
Além disso, as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e os sistemas de geração distribuída já representam 14% da capacidade total, somando mais de 35 GW em operação até o fim de 2024.
Essa diversidade fortalece a resiliência do sistema, diminuindo riscos de escassez em períodos climáticos adversos.
O Balanço Energético Nacional demonstra que as fontes renováveis (excluindo grandes hidrelétricas) registram crescimento contínuo, refletindo um compromisso com metas de redução de emissões previstas nos acordos internacionais.
Historicamente dominada pelas hidrelétricas, a matriz hoje conta com uma presença cada vez maior de solar, eólica e geração distribuída, o que se traduz em redução de custos operacionais e menor volatilidade de preços no mercado livre de energia.
Governos estaduais e municipais também têm lançado programas de incentivo que viabilizam a instalação de painéis solares em residências, indústrias e comércios, criando um ecossistema favorável à descentralização da geração.
Além de liderar fusões e aquisições — representando 40% do total em 2025 e movimentando R$ 120 bilhões —, o setor de renováveis impulsiona a geração de empregos diretos e indiretos. Desde a fabricação de equipamentos até a instalação e manutenção de usinas, cria-se uma cadeia produtiva robusta.
Em 2024, o aumento de 76% no número de transações no setor solar consolidou negócios que somam 3,6 GWp negociados. Crescimento de 10 GW em 2025 está previsto exclusivamente para fontes renováveis, excluindo grandes hidrelétricas, tornando-se um atrativo adicional. Startups de tecnologia e empresas consolidadas unem esforços para desenvolver soluções de previsão de geração, inteligência artificial aplicada à operação e ferramentas de monitoramento em tempo real.
O crescimento do setor reflete, ainda, maior segurança jurídica e previsibilidade regulatória, fatores cruciais para a atração de capitais internacionais que buscam projetos alinhados aos critérios ESG.
A intermitência é um dos principais obstáculos para a operação estável de sistemas que dependem de sol e vento. Em 2024, foram cortados 12.713 GWh de energia renovável — sendo 74% proveniente de parques eólicos — por limitações de rede ou falta de flexibilidade para absorção.
Para mitigar esses impactos, é fundamental diversificar estratégias e integrar tecnologias complementares em resposta aos desafios operacionais.
O planejamento regionalizado e a expansão de linhas de transmissão robustas também são essenciais para reduzir perdas e evitar gargalos.
O Brasil tem condições de manter a tendência de crescimento além de 2025, consolidando sua posição de liderança na transição energética global. A estimativa de aumento de 4% no consumo de energia elétrica impulsiona a necessidade de novos investimentos e inovação.
Em âmbito internacional, o País já figura entre os principais destinos de investimentos em energias limpas, ao lado de nações europeias e asiáticas. A cooperação em projetos de pesquisa e desenvolvimento, bem como a participação em eventos climáticos, reforçam o compromisso com metas de neutralidade carbônica.
O desafio agora é acelerar a adoção de tecnologias emergentes, como redes descentralizadas, sistemas híbridos e plataformas digitais de gestão de energia, para garantir que o setor acompanhe a demanda crescente de forma sustentável.
Por fim, a trajetória de expansão dos projetos de energia renovável no Brasil representa não apenas uma resposta às necessidades ambientais e econômicas, mas uma oportunidade histórica de consolidar um modelo de desenvolvimento que une crescimento econômico e responsabilidade socioambiental. A convivência entre setor público, iniciativa privada e sociedade civil será decisiva para que o País escriba a próxima página de sua história energética, inspirando outros países a seguirem o mesmo caminho.
Com investimentos contínuos, inovação tecnológica e engajamento social, o Brasil pode pavimentar o caminho para um futuro mais limpo, justo e próspero para todas as gerações.
Referências