O avanço do crédito consignado tem se mostrado um fator decisivo para a economia de pequenas cidades brasileiras. Em 2025, com um crescimento de 8,5% em 2025 no volume de crédito total, segundo o Banco Central e a Febraban, diversas comunidades vêm colhendo benefícios concretos.
Este artigo analisa o cenário nacional, detalha o perfil dos tomadores, mostra impactos locais e aponta desafios e perspectivas futuras. Ao final, fica claro como essa modalidade pode ser um verdadeiro catalisador de desenvolvimento.
O Brasil deve registrar expansão de 8,5% no crédito em 2025, destacando-se o segmento destinado a famílias, estimado em alta de 9,3%. Esse movimento é impulsionado por programas governamentais, melhorias no mercado de trabalho e maior confiança dos agentes financeiros.
Dentro desse ambiente, observa-se o fortalecimento do crédito consignado, modalidade que se beneficia de garantia de desconto em folha, reduzindo juros e risco de calote. Com a retomada gradual da economia, bancos ampliam ofertas, alcançando regiões de menor densidade financeira.
O contexto macroeconômico estável, aliado a políticas de estímulo, cria um ciclo virtuoso: mais crédito, mais consumo local e mais arrecadação para municípios de pequeno porte.
O crédito consignado é uma linha de empréstimo em que as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento ou benefício previdenciário. Tradicionalmente voltada a aposentados e pensionistas, hoje abrange servidores públicos, trabalhadores CLT e beneficiários de programas sociais, como BPC/Loas e Bolsa Família.
Suas principais vantagens são taxas de juros inferiores às de outras modalidades e menor probabilidade de inadimplência, o que estimula as instituições financeiras a ofertarem a produtos semelhantes até em regiões remotas.
Embora o senso comum associe a modalidade a aposentados, apenas 12% dos contratos pertencem a esse grupo. Na verdade, 49% são trabalhadores formais em tempo integral, seguidos por informais, autônomos e desempregados que encontram acesso facilitado nas pequenas cidades.
Metade dos empréstimos não ultrapassa R$ 3 000, e 61% dos contratos têm prazo de até 24 meses. Ainda assim, há volume relevante acima de R$ 5 000, especialmente entre jovens que buscam incentivo ao empreendedorismo local.
Em municípios menores, onde agências bancárias costumam ser escassas, o consignado representa inclusão e circulação de renda local. Ao chegar nas mãos de trabalhadores e beneficiários, esse crédito movimenta o comércio e gera demanda por serviços, criando emprego e renda.
O desconto automático reduz inadimplência, tornando o risco menor e atraindo investimentos de bancos privados e públicos. O resultado é a expansão de ofertas e a redução de juros para localidades antes consideradas de alto risco.
Apesar dos benefícios, é fundamental reconhecer riscos, especialmente para idosos. Cerca de 25% dos acima de 65 anos estão inadimplentes no país. Sem educação financeira para idosos, o consignado pode levar a endividamentos insustentáveis.
Além disso, os valores médios de empréstimo ainda são baixos e com prazos curtos, o que limita a realização de projetos de maior envergadura. Oscilações econômicas e mudanças políticas podem afetar as expectativas de crescimento.
Novas linhas, como o “Crédito ao Trabalhador”, prometem ampliar o alcance do consignado, sobretudo em cidades pequenas. A manutenção de políticas macroeconômicas sólidas e o aperfeiçoamento do marco regulatório garantem ambiente estável e confiança para tomadores e instituições.
Com iniciativas de capacitação financeira e parcerias público-privadas, o consignado pode continuar a ser um alicerce de desenvolvimento local, gerando emprego, renda e oportunidades de longo prazo.
Em suma, o crescimento do crédito consignado não é apenas estatística: é um motor de transformação social e econômica. Para pequenas cidades, representa a chance de criar um futuro mais próspero e inclusivo.
Referências