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Commodities valorizadas fortalecem carteiras institucionais

Commodities valorizadas fortalecem carteiras institucionais

20/09/2025 - 01:38
Bruno Anderson
Commodities valorizadas fortalecem carteiras institucionais

Em um cenário de incertezas macroeconômicas e geopolíticas, as commodities emergem como ativos centrais na composição de carteiras institucionais ao redor do mundo. Após um ciclo de alta em 2024, produtos como ouro, café e cacau apresentam ganhos expressivos, reforçando o interesse de grandes investidores.

Esse movimento reflete tanto choques de oferta, provocados por condições climáticas adversas, quanto a busca por instrumentos de proteção contra inflação. Com isso, gestores institucionais revisitam suas estratégias de alocação para garantir resiliência e otimizar retornos.

Desempenho recente e tendências globais

Em 2024, o ouro registrou valorização superior à de outros ativos tradicionais, sustentado por temores inflacionários e pelo apetite por segurança. A prata apresentou maior volatilidade, mas segue com potencial para ganhos adicionais em 2025.

Café e cacau atingiram níveis históricos, resultado de estiagens e geadas em regiões produtoras da América Latina. Embora picos semelhantes já tenham ocorrido nos anos 1970 e 1980, a intensidade dos eventos climáticos recentes elevou a atenção sobre esses grãos.

Além dos níveis atingidos, as projeções para 2025 indicam estoques mais pressionados, o que pode manter a curva de preços ascendente. Commodities agrícolas afetadas por eventos climáticos, como açúcar, também devem se recuperar no curto prazo.

O papel das commodities em carteiras institucionais

As commodities exercem função de cobertura contra choques de oferta e demanda e protegem portfólios contra elevações inesperadas da inflação. Em especial, metais preciosos como o ouro são amplamente reconhecidos pela baixa correlação com ativos de risco.

Gestores institucionais diversificam exposições não apenas por meio de posições diretas, mas também utilizando fundos mútuos e ETFs. Entre os veículos mais populares estão:

  • Energy Select Sector SPDR Fund (XLE) para exposição ao petróleo;
  • VanEck Gold Miners ETF (GDX) focado em ações de mineradoras de ouro;
  • Global X Copper Miners ETF (COPX) para potencializar ganhos com cobre.

Ao adotar estratégias que envolvem monitorando a curva de futuros de commodities e ajustando vencimentos, é possível minimizando custos de renovação dos contratos e otimizar o desempenho em ciclos voláteis.

Perspectivas e riscos para 2025

Com estoques globais em níveis reduzidos, novos choques climáticos ou geopolíticos podem pressionar ainda mais os preços. A inflação, embora tenha recuado recentemente, permanece sensível a interrupções na oferta de matérias-primas.

Adicionalmente, tarifas comerciais e disputas entre grandes blocos econômicos podem gerar flutuações abruptas nos custos de importação e exportação de commodities estratégicas. Nesse ambiente, a alocação em ativos reais justifica-se como defesa e oportunidade de retorno superior.

O Brasil como ator estratégico

O país mantém posição de destaque como maior exportador de soja, milho, café e açúcar, com impactos diretos sobre a balança comercial e o câmbio. Essa relevância fortalece fundos institucionais locais e atrai capital estrangeiro.

  • Soja: líder global em volume exportado e fundamentais para carteiras agrícolas;
  • Milho: demanda crescente na indústria de ração e bioenergia;
  • Café: referência em qualidade e sustentabilidade;
  • Açúcar: influenciado pela concorrência de etanol e políticas de oferta;
  • Algodão: cadeias têxteis internacionais em expansão.

Esse conjunto de produtos sustenta um ciclo virtuoso de geração de recursos para grandes investidores, com impacto direto sobre a performance das exportadoras e consequentemente nos índices de referência do mercado brasileiro.

Temas para abordagens institucionais

Para explorar plenamente o potencial das commodities, gestores devem considerar:

  • Posição tática e dinâmica em commodities ajustada a cenários de alta volatilidade;
  • Fundos temáticos e estruturados que acompanham ciclos de alta específicos;
  • Análise de correlação para promover diversificação robusta de risco sistemático;
  • Avaliação do ambiente regulatório em regiões-chave, como Brasil, EUA e China.

Em suma, a valorização recente das commodities reforça sua relevância como alicerce de geração de alfa sustentável ao longo do tempo e como cobertura efetiva em momentos de incerteza, consolidando o papel desses ativos na estruturação de carteiras institucionais resilientes.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson, 30 anos, é redator no noticabos.org, especializado em finanças pessoais e crédito.