Em um cenário de incertezas macroeconômicas e geopolíticas, as commodities emergem como ativos centrais na composição de carteiras institucionais ao redor do mundo. Após um ciclo de alta em 2024, produtos como ouro, café e cacau apresentam ganhos expressivos, reforçando o interesse de grandes investidores.
Esse movimento reflete tanto choques de oferta, provocados por condições climáticas adversas, quanto a busca por instrumentos de proteção contra inflação. Com isso, gestores institucionais revisitam suas estratégias de alocação para garantir resiliência e otimizar retornos.
Em 2024, o ouro registrou valorização superior à de outros ativos tradicionais, sustentado por temores inflacionários e pelo apetite por segurança. A prata apresentou maior volatilidade, mas segue com potencial para ganhos adicionais em 2025.
Café e cacau atingiram níveis históricos, resultado de estiagens e geadas em regiões produtoras da América Latina. Embora picos semelhantes já tenham ocorrido nos anos 1970 e 1980, a intensidade dos eventos climáticos recentes elevou a atenção sobre esses grãos.
Além dos níveis atingidos, as projeções para 2025 indicam estoques mais pressionados, o que pode manter a curva de preços ascendente. Commodities agrícolas afetadas por eventos climáticos, como açúcar, também devem se recuperar no curto prazo.
As commodities exercem função de cobertura contra choques de oferta e demanda e protegem portfólios contra elevações inesperadas da inflação. Em especial, metais preciosos como o ouro são amplamente reconhecidos pela baixa correlação com ativos de risco.
Gestores institucionais diversificam exposições não apenas por meio de posições diretas, mas também utilizando fundos mútuos e ETFs. Entre os veículos mais populares estão:
Ao adotar estratégias que envolvem monitorando a curva de futuros de commodities e ajustando vencimentos, é possível minimizando custos de renovação dos contratos e otimizar o desempenho em ciclos voláteis.
Com estoques globais em níveis reduzidos, novos choques climáticos ou geopolíticos podem pressionar ainda mais os preços. A inflação, embora tenha recuado recentemente, permanece sensível a interrupções na oferta de matérias-primas.
Adicionalmente, tarifas comerciais e disputas entre grandes blocos econômicos podem gerar flutuações abruptas nos custos de importação e exportação de commodities estratégicas. Nesse ambiente, a alocação em ativos reais justifica-se como defesa e oportunidade de retorno superior.
O país mantém posição de destaque como maior exportador de soja, milho, café e açúcar, com impactos diretos sobre a balança comercial e o câmbio. Essa relevância fortalece fundos institucionais locais e atrai capital estrangeiro.
Esse conjunto de produtos sustenta um ciclo virtuoso de geração de recursos para grandes investidores, com impacto direto sobre a performance das exportadoras e consequentemente nos índices de referência do mercado brasileiro.
Para explorar plenamente o potencial das commodities, gestores devem considerar:
Em suma, a valorização recente das commodities reforça sua relevância como alicerce de geração de alfa sustentável ao longo do tempo e como cobertura efetiva em momentos de incerteza, consolidando o papel desses ativos na estruturação de carteiras institucionais resilientes.
Referências