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Avalie sempre o impacto da inflação nos retornos

Avalie sempre o impacto da inflação nos retornos

05/09/2025 - 16:31
Fabio Henrique
Avalie sempre o impacto da inflação nos retornos

Em um cenário econômico volátil, compreender as consequências da inflação é essencial para proteger seu patrimônio e garantir ganhos reais.

Entendendo a inflação e o poder de compra

A inflação é o aumento sustentado e generalizado dos preços de bens e serviços, reduzindo o valor do dinheiro ao longo do tempo. Mesmo um investimento com rentabilidade nominal positiva pode resultar em perdas de poder de compra quando a inflação supera os rendimentos.

Por exemplo, um título que rende 7% ao ano em um contexto de inflação de 8% gera um retorno real negativo de 1%, corroendo o capital investido e comprometendo metas de longo prazo.

Cenário econômico recente no Brasil (2020-2025)

Entre 2020 e 2022, o Brasil enfrentou choques de preços de commodities, alta dos custos de energia e crises globais que elevaram a inflação acima de 12% ao ano. Em 2023 e início de 2024, houve estabilização, com IPCA abaixo de 5% na maioria dos meses.

Para 2025, o Boletim Focus projetou inflação em torno de 4,97% no horizonte de 12 meses, chegando a picos próximos de 5,95% em março. Esses números afetam diretamente a cotação do dólar, que chegou a R$ 6,41, e mantêm expectativas de crescimento do PIB modesto, pouco acima de 2%.

O cálculo do retorno real é fundamental para avaliar o verdadeiro desempenho dos investimentos e preservar o poder de compra ao longo dos anos.

Por que considerar a inflação nas decisões de investimento

A inflação impacta todas as classes de ativos, desde renda fixa e variável até imóveis e fundos imobiliários. Além disso, influencia a política monetária, as taxas de juros, o custo do crédito e o comportamento do consumidor.

Desconsiderar a inflação pode levar a decisões equivocadas, com carteiras mal dimensionadas para enfrentar períodos de pressão inflacionária e comprometer objetivos como aposentadoria ou educação dos filhos.

Estratégias práticas para proteger o patrimônio

  • Ativos indexados à inflação: títulos públicos como Tesouro IPCA+, CDB IPCA+ (7,5% a.a.) e debêntures atreladas ao IPCA garantem rendimento acima do aumento de preços.
  • Diversificação de portfólio: combinar ações, imóveis, ouro e fundos imobiliários para reduzir riscos e aproveitar comportamentos distintos em períodos inflacionários.
  • Ações de empresas resilientes: setores com demanda inelástica, como saúde, energia e bens essenciais, geralmente conseguem repassar custos e manter margens.
  • Fundos Imobiliários: contratos de aluguel corrigidos pelo IPCA permitem atualização automática dos rendimentos.
  • ETFs de inflação: produtos como IMAB11, IMBB11 e IB5M11 oferecem exposição direta à variação dos índices inflacionários.

Erros comuns ao avaliar retornos

  • Focar apenas no valor nominal, sem descontar a inflação, levando a ilusões de ganho.
  • Ignorar taxas, impostos e custos de transação, que reduzem o retorno líquido.
  • Subestimar o impacto da inflação no longo prazo, especialmente em planos de aposentadoria.
  • Não ajustar a carteira periodicamente conforme novas projeções de inflação.

Planejamento e acompanhamento: o caminho para retornos reais positivos

O cenário inflacionário é dinâmico. Uma fase de inflação controlada não garante estabilidade futura. Por isso, projeções de inflação e análises de risco devem ser revisadas frequentemente para adequar a estratégia às mudanças macro.

Ferramentas de monitoramento, como planilhas de rebalanceamento e relatórios mensais, permitem identificar desvios e promover ajustes periódicos na alocação, mantendo o foco em resultados reais.

Recomendações finais para investidores

  • Invista em educação financeira para entender profundamente os mecanismos da inflação.
  • Renegocie dívidas quando os juros reais estiverem elevados, reduzindo o custo do crédito.
  • Conte com auxílio de consultores certificados para gestão ativa da carteira e rebalanceamento profissional.
  • Monitore indicadores-chave como IPCA e IGP-M, usando-os como guia para decisões estratégicas.

Ao considerar sempre o impacto da inflação em seus retornos, você garante maior solidez aos seus investimentos e preserva o poder de compra ao longo do tempo. Com planejamento, diversificação e monitoramento constante, é possível alcançar objetivos financeiros sem surpresas desagradáveis.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fábio Henrique, 32 anos, é redator no noticabos.org, especializado em finanças pessoais e crédito.