Em um momento de profundas mudanças fiscais, é essencial que investidores e empresários compreendam a nova dinâmica tributária para tomar decisões sólidas e sustentáveis.
O Brasil vive uma das mais significativas reformas fiscais de sua história, marcada pela sanção da Emenda Constitucional nº 132/2023 e da Lei Complementar nº 214/2025. Essas alterações buscam simplificar o sistema, trazer transparência às operações e eliminar a cumulatividade de tributos sobre o consumo.
Até então, empresas e pessoas físicas enfrentavam dificuldades no planejamento financeiro devido às sobreposições de alíquotas e à variedade de obrigações acessórias. Agora, com a reforma, abre-se espaço para uma visão mais clara dos custos e dos benefícios tributários.
Com a reforma, cinco tributos que incidem sobre consumo serão eliminados e substituídos por três contribuições mais diretas. Essa alteração exige que investidores considerem cada fase da cadeia produtiva e o impacto fiscal na formação do preço final.
Além disso, o novo IVA dual incide apenas sobre o valor adicionado em cada etapa, eliminando o temido efeito cascata e oferecendo maior previsibilidade e segurança jurídica para todos os elos da cadeia.
O comércio eletrônico e as importações ganham novas regras que podem alterar drasticamente a rentabilidade de produtos adquiridos do exterior. Valores até US$ 50 sofrerão alíquota de 20%, enquanto compras de US$ 50,01 a US$ 3.000 terão 60% de tributação, com dedução fixa de US$ 20 no cálculo total.
Paralelamente, desde abril de 2025, vários estados passaram a cobrar ICMS de 20% sobre encomendas internacionais. Essa uniformização tende a se expandir, impactando produtos importados em larga escala e exigindo atenção redobrada de investidores que dependem de fornecedores estrangeiros.
Compreender as diferenças no regime antigo e no vigente é fundamental para projetar margens de lucro realistas e evitar surpresas no fluxo de caixa. Veja a seguir um comparativo sintético:
A reforma traz ganhos claros de transparência e simplificação, mas exige adaptações em sistemas de gestão e controle. Investidores podem aproveitar a uniformização de alíquotas para planejar lançamentos e expansões com menos insegurança jurídica.
Por outro lado, o Imposto Seletivo pode afetar margens em segmentos considerados prejudiciais, e a intensificação da fiscalização tenderá a equalizar preços entre produtos nacionais e importados, exigindo análise criteriosa de competitividade.
Antes de decidir pelo investimento em um novo produto, siga estas orientações para minimizar riscos e maximizar resultados:
Espera-se que a fiscalização se intensifique e que haja maior equiparação entre produtos nacionais e importados, protegendo o mercado interno e evitando distorções. A uniformização das alíquotas e a eliminação do efeito cascata devem favorecer investimentos mais estruturados e transparentes.
Para o investidor atento, este cenário traz oportunidades de inovação, já que mercados que apresentarem respostas ágeis às mudanças tributárias ganharão vantagem competitiva. A chave está na preparação e na estratégia, garantindo decisões embasadas e sustentáveis.
Ao avaliar detalhadamente a carga tributária e seus impactos, você estará melhor equipado para alinhar preço, estratégia de mercado e projeções de rentabilidade. Em um ambiente de transformações, a proatividade e o conhecimento profundo do novo sistema tributário são seus maiores aliados.
Referências